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segunda-feira, 16 de março de 2009

* Uma luz que se apaga, a tristeza e uma lição...


Uma cidadezinha pequeninha, pertinho de Roma, Nerola, que até já falei por aqui, hoje está mais triste...

Estamos todos nós aqui em casa, mais tristes...

Lá, apagou uma luz muito importante da vida do Franco e sua infância.

O Zio Totto partiu , aos 80 anos e deixou muitas saudades.

Ele com sua carinha de gnomo, sorridente, barrigudinho e baixinho, não se mixava pra nada.Apareciam as "bombas" e ele as agarrava, mas de um ou outro jeito, ficava bom...

Sabíamos que ele ficava doente, mas dava um jeitinho de se sair sempre bem...

Andava de bengalas, tinhas vários problemas nas pernas e ossos e no entanto, lá ia ele, até pouco tempo atrás, pelas estradas da cidade, rumo aos campos das oliveiras e parreirais onde cultivava olivas e uvas para óleo e vinho.


E que bom era o óleo do Zio Totto...hmmmmmmmmmmm...


E o vinho branco que ele servia com alegria quando eu estava lá pois sabia que só tomo dele...

Quantas recordações temos dele!

Para Franco então, ele representava todas as referências das coisas boas de família italiana...


Ele e a zia Terezina, receberam de coração e casa abertos o nosso Gordo, quando foi morar na Itália, tratando-o como um filho, por vários meses até que ele pode se estabelecer e viver sozinho.


Nunca iremos esquecer disso!

Tanta coisa boa pra lembrar dele...

O presépio, que ele preparava, dava gosto de ver.

Tudo fruto da sua imaginação e feito manualmente, com seus instrumentos de trabalho também "enjambrados".

Lindo de ver!

E as palavras cruzadas!

Nunca esquecerei o seu jeito próprio de resolvê-las.
Ao lado da mesa onde ele as resolvia, havia um Atlas Geográfico, onde fazia as pesquisas dos nomes dos rios , cidades e capitais , tudo pra não deixar nada, nada em branco...Dava gosto de ver!

Precisavam ver a alegria com que nos mostrava as suas construções e engenhocas.

Pra tudo ele tinha um jeitinho.Sua "oficina", no porão da casa era legal de se ver!Não colocava nada fora.

Cada tampinha que sobrava, na mente dele, já estava destinada à construção de um detalhe para incrementar os brinquedo que construia para os netos ou para preparar as pontes, casinhas, moinhos, para colocar nos presépios.


Fazia seis anos que não o víamos , pois foi a última vez que estivemos por lá, mas mesmo assim, sempre foi assunto de nossas conversas e lembranças da Itália.


Ficamos muito tristes hoje e o que nos conforta é que ele continuará dentro de nós para sempre , ocupando um lugar de destaque e sempre que falarmos na Itália, será lembrado com a alegria do seu sorriso maroto de menino levado.


Parece que a tristeza deu lugar às lembranças de quanto restou dele entre nós e a certeza que será sempre assim!


Fica sempre uma lição de tudo: procurar deixar nossa melhor marca por aqui , fazer apenas o bem aos outros, levar uma vida tranquila, honesta, simples e séria pois assim, até na hora da nossa "partida" as coisas para os que ficam, parecem mais fáceis...


Tem muito de bom a lembrar e as boas recordações sufocam a dor e deixam a saudade boa aparecer.

Agora, ao terminar esse texto, me sinto mais confortada...

Que coisa estranha!Fez bem colocar em palavras e escrever sobre ele...

Que o Franco, a quem dedico esse texto, também possa se sentir assim, mais leve, como eu ...

Assim, é melhor, combina mais com o jeitinho dele !( Chica)

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